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quarta-feira, 11 de março de 2009

Recreação Terapêutica Hospitalar


O processo de internação hospitalar costuma acarretar a perda temporária de aspectos da identidade de cada pessoa devido a vários fatores, entre eles, o ambiente desconhecido, a distância de sua família, a perda da privacidade, invasões físicas e emocionais ocasionadas pela medicação e pelos procedimentos médicos necessários, além de outros fatores como a falta de seus objetos pessoais característicos. No decorrer do meu trabalho em Recreação Terapêutica Hospitalar, vem sendo possível constatar que as atividades desenvolvidas diminuem e amenizam essas vivências de sofrimento do paciente e de sua família, favorecendo um desenvolvimento bio-psicossocial.
As atividades de Recreação Terapêutica, não são desenvolvidos para distanciar os pacientes da sua realidade, mas os auxiliam a viver o momento de internação com diversos exercícios de raciocínio e expressão de sensações, além de favorecer a capacidade simbólica, contribuindo para que durante o processo de internação, os pacientes possam melhorar a auto-estima e também o humor, instrumentalizando-se mentalmente para compreender a nova realidade vivenciada imposta.
A Recreação Terapêutica contribui no restabelecimento e na recuperação do paciente e, consequentemente, de seu familiar, oportunizando a espontaneidade e a liberdade de expressão de diferentes emoções e sentimentos, através de atividades lúdicas e dinâmicas. Com isso, a passagem pelo hospital torna-se potencialmente menos complicada e difícil, podendo revelar que na situação de hospitalização e, até mesmo, no processo da doença, o paciente pode desfrutar de momentos de descontração e lazer, diminuindo assim, a sensação de impotência e a privação de ações e escolhas.
Segundo Regina Sikilero (1997), a Recreação Terapêutica constitui-se em um elemento facilitador para a elaboração de ansiedades por parte dos pacientes, que se encontram internados ou em tratamento nas instituições hospitalares. Destaca que através do favorecimento de atividades e utilização de exercícios físicos e mentais, os pacientes podem aceitar a situação vivida que é, muitas vezes, de desconforto e estranheza do ambiente hospitalar.
A Recreação como proposta terapêutica tem como objetivo resgatar a vitalidade, por meio da estimulação da criatividade, das manifestações de alegria e energia, conseguidas por atividades que são percebidas como prazer por parte do paciente. O paciente tende a participar das propostas recreativas, pela satisfação alcançada durante o desenvolvimento das atividades, superando o preconceito de que a doença e a hospitalização são lugares de sofrimento, solidão, saudades e perdas (Sikilero, 1997). O Serviço de Recreação Terapêutica do Hospital Geral procura oferecer apoio ao paciente e seus familiares e também às equipes e aos funcionários, resgatando a auto-estima, as habilidades e os talentos de cada um, oferecendo maior qualidade no tratamento dos pacientes e no local de trabalho dos funcionários.
Golveia (s/d) apud Pinto (1997), defende que recrear é também educar e destaca que a recreação permite criar, satisfazer o espírito estético do ser humano; oferecer possibilidades culturais e escapar do desagradável utilizando o excesso de energia ou diminuindo a tensão emocional. O estudo citado destaca os princípios da recreação terapêutica que na prática agrega outras características específicas, tais como a sensibilidade de observar cada paciente e intervir de acordo com suas características pessoais e o contexto em que está inserido. A recreação busca resultados e benefícios para o paciente, observados no prazer sentido durante as atividades e, portanto, tornando o ambiente hospitalar menos inóspito para ele e sua família, reconhecendo as rotinas hospitalares como cuidado e não mais como invasão.
No Hospital Geral de Caxias do Sul o Serviço de Recreação Terapêutica BRINQUEDOS DE PLANTÃO foi incluído como apoio no âmbito hospitalar em meados de agosto de 1998, a fim de atender a demanda manifestada pelos pacientes internados no setor de Pediatria. Essas necessidades variam desde criar um ambiente saudável que se aproxime ao meio familiar, até assegurar atividades lúdicas para que a criança, mesmo sentindo ansiedade, insegurança e medo durante a internação hospitalar, possa desenvolver-se integralmente. No final de 1998 o serviço ampliou suas atividades atendendo Gestantes de Risco e a Unidade de Internação Clínica para pacientes adultos. Em 2001 o setor de Psiquiatria Infanto-Juvenil foi inaugurado e uma sala de recreação terapêutica foi instalada na unidade para atendimento aos pacientes com sofrimento psíquico.
Os resultados do atendimento em Recreação Terapêutica nos variados setores, possibilitaram que o reconhecimento do Serviço pelos demais profissionais das equipes de saúde do hospital, envolvidos no trabalho multidisciplinar, mudando o status do Serviço que passou a ser visto como técnica específica no processo de recuperação dos pacientes. Além da descontração e atividades diversas, o trabalho em recreação procura despertar as habilidades do próprio paciente resgatando sua vitalidade, mesmo no momento de doença e internação hospitalar.
Atualmente O Serviço de Recreação Terapêutica atende todas as unidades de internação ou serviços de atendimento ambulatorial por consultoria e sistematicamente os setores de Hemodiálise, Oncologia, Oncologia infantil, Gestantes de Alto-Risco (internação e ambulatorial), UTI Pediátrica e funcionários, além dos citados anteriormente.

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